sábado, 23 de janeiro de 2010

Entre a Utopia e o Caos


Bairros inteiros são tomados pela água que vem de córregos
e mesmo dos rios Tietê ou Pinheiro
(Valor Econômico 22/01/10 - danilo verpa/folha imagem
                Viver na maior cidade da América do Sul é o sonho de muitos. A administração e a acomodação de uma população tão grande é algo totalmente utópico.
                Claro que cada uma dessas casas tem, a cada ano, o lançamento de imposto, cobrado pela Prefeitura e que cresceu em S. Paulo 45% em média, é bem possível que as plantas registradas na Prefeitura não tenham os “puxadinhos” que são feitos para acomodar cada vez mais gente.
                Quem é responsável por esse desordenamento? A autoridade? O morador que tem de trabalhar, permanecendo a maior parte do tempo fora de casa e precisa acreditar que é possível vencer nesta cidade?
                Uma cidade para ser administrável deveria crescer até o ponto em que houvesse uma escala humana possível de conviver e viver. Com sistema de abastecimento de água, rede de esgoto, coleta regular de lixo (e separação do reciclável), lixeiras distribuídas pelas ruas, passeio e estacionamento com sistemas de drenagem da água de chuva, aproveitamento da água de chuva para lavagem de calçadas e uso nos banheiros, população educada e consciente, etc. Isso é Utopia.

Estacionamento com permeabilidade.



       Cestos de coleta de lixo nas ruas e praças.

Infelizmente a realidade da maioria (se não a quase totalidade) das cidades brasileiras é bem diferente. Falta de planejamento urbano; baixíssimo índice de tratamento de esgoto; lixo não coletado (em S. Paulo produz 15 mil toneladas diárias de lixo e só 5% são coletados para reciclagem); o abastecimento de água potável é cada vez mais limitado; baixa (para não dizer nenhuma) educação ambiental; antagonismo entre governantes e a população. Ou seja: isso é o Caos.
 Nessa realidade e com a quantidade de pessoas morando mal, cuidando mal do lugar em que vivem; e que deixam enorme quantidade de lixo pelas ruas, que entopem as bocas de lobo, é perfeitamente previsível o acontecimento de desastres em cada estação chuvosa.

Uma boca de lobo totalmente entulhada de lixo de muito tempo.
Não cumpre nenhuma função para escoamento da água das chuvas.

Em março/10 haverá – no Rio de Janeiro – o Fórum Mundial de Cidades, organizado pela ONU, que debaterá s soluções viáveis para as cidades. A matéria sobre esse assunto está no Jornal Valor Econômico.
As soluções possíveis, entretanto, devem começar pela Educação, Formação Ecológica e premiação (com redução de impostos, por exemplo), para as construções que tiverem: (i) aproveitamento da água de chuva; (ii) separação de lixo orgânico do reciclável; (iii) uso de calçadas ecológicas, que permitem a absorção de água da chuva.
Soluções mágicas, que envolvem programas de vultosos financiamentos somente continuaram a beneficiar a poucos, sem resolver o caos das cidades.

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