segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Até onde você permitirá?

Nossa espécie forma uma sociedade muito interessante. Parece que o genôma da espécie tem um componente destrutivo muito forte; assim como na estória do Escorpião e do Sapo, isso é “da nossa natureza”.
Não considgo concordar com esse ponto de vista simplista. Acredito que haverá um momento em que faremos o retorno e prosseguiremos como espécie por muito tempo ainda…
No artigo abaixo dá prá sentir o que acontece quando a ganância e a soberba se aliam à ignorância. Ou damos um basta vigoroso a tudo isso ou não haverá mais ambiente para a vida, ao menos aquela que conhecemos.
Mobilize-se! Faça sua parte e não aceite que os governantes e empresários destrutivos vençam.
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Artigo no site Hype Science abordando os aspectos mais negativos da sociedade humana, no trato ambiental.
Você acha que sua cidade é sujinha? Então deve conferir a lista com as 10 cidades mais poluídas do mundo! Atualmente nenhuma cidade é limpa e completamente ecológica, mas sempre há como ficar pior. (http://migre.me/34nGh)
1. NOVA DÉLI, ÍNDIA

Lá a mortalidade infantil é muito alta – e a principal causa disso é a poluição. Em algumas áreas da cidade as pessoas convivem com o lixo e cerca de 3 mil toneladas de poluentes são despejadas no ar todos os dias.
2. MUMBAI, ÍNDIA

Mumbai é conhecida pelo filme “Quem quer ser um milionário” e é uma das mais populosas do mundo. Não há a mínima conscientização por parte do governo em relação ao meio ambiente e estima-se que cerca de 1 bilhão de dólares precisaria ser gasto para recuperar minimamente a cidade.
3. MAPUTO, MOÇAMBIQUE

As 60 mil famílias residentes na capital do Moçambique despejam seu esgoto diretamente no Oceano Índico.
4. MOSCOU, RÚSSIA

Pode até ser chocante para alguns ver Moscou nessa lista, mas a capital da Rússia é conhecida por muitos como a cidade com o maior índice de poluição atmosférica do mundo. Por causa disso, muitos de seus habitantes têm problemas pulmonares.
5. CIDADE DO MÉXICO, MÉXICO

Nos anos 40 a Cidade do México era uma cidade muito limpa – era possível ver 100 km a sua frente. Agora, por causa da poluição atmosférica, a visibilidade foi reduzida a 1,5 km. Há muito nitrogênio no ar, o que também dificulta uma respiração eficaz.
6. LAGOS, NIGÉRIA

Lagos é a casa de 8 milhões de pessoas e a sede de muitas indústrias. Desde o ar até as ruas – a cidade é completamente poluída.
7. KARACHI, PAQUISTÃO

A poluição causada pelo aumento da concentração industrial na cidade, seja atmosférica, aquática ou sonora, faz com que 35% da população esteja com a saúde comprometida diretamente por esses problemas.
8. DHAKA, BANGLADESH

Dhaka é uma cidade muito populosa que enfrenta sérios problemas de poluição aquática. A coleta e destinação dos resíduos sólidos urbanos (basicamente, o lixo) também são praticamente inexistentes. A água é grossa e contaminada por pesticidas e agrotóxicos
9. BANDAR SERI BEGAWAN, BRUNEI DARUSSALAM

Brunei Darussalan é um pequeno e próspero país da Ásia. O problema é que o ar de lá está comprometido, por causa da grande concentração de veículos.
10. BAGDÁ, IRAQUE

Por causa dos conflitos que o país enfrenta, a questão do meio-ambiente foi deixada de lado. A queima de combustíveis fósseis e a falta de coleta de lixo fazem com que Bagdá seja uma das cidades mais poluídas do mundo. [Most Interesting Facts]

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A salvação do ecosistema passa pelo BOL$O?

Rio CitarunRio Citarum, situado no Oeste da Ilha de Java, na Indonésia. Como se viverá na Terra no Futuro? (cada vez mais próximo) 
Manter os ecossistemas preservados é menos oneroso que devastar. Essa é uma das conclusões do relatório A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade para Políticas Locais e Regionais, apresentado ontem em Curitiba.
Será que ao se mexer no bolso do investidor/explorador teremos alguma mudança no comportamento humano? Tomara!
A notícia do Estadão, tem a seguinte manchete:

Devastar ecossistema e biodiversidade é mais oneroso do que preservá-los

As notícias nos informam de que a “Devastação Ambiental” causa um prejuízo muito maior do que sua conservação ou proteção. Fala-se da natureza como um bem econômico, que pertence – por Direito – ao Homem mais poderoso que poderá explorá-lo como julgar mais conveniente ou interessante.
A Vida, pelo jeito, ainda não é um bem econômico. Apesar de já “haver sinais de vida patenteados por laboratórios”. A escravidão existe na forma mais horrível que possa existir. É a forma onde o escravo fica “satisfeito e orgulhoso” ao ostentar as “marcas” de seus donos.
Vamos fazer com que essa ideia pegue: “Devastar ecossistema e biodiversidade é mais oneroso do que preservá-los”.
Quem sabe, se assim, Gaya continuará a manter a Vida neste judiado planeta…

terça-feira, 22 de junho de 2010

Não aguento mais rúcula

Agricultura industrial, pecuária industrial, amizade corporativa, família transgênica....esse é o cenário do nosso mundo novo admirável?

"Uma das coisas que credito à globalização – e sou grata a ela – é a combinação rúcula-tomate seco-muzzarela de búfala. O trio é banal hoje em dia. Você encontra os ingredientes em qualquer mercado e no cardápio de todo restaurante. Mas quem tem mais de 30 anos deve lembrar: quando éramos crianças, esses ingredientes não existiam nos supermercados. Tínhamos nossas alfaces, mas nada equiparado à rúcula. Tínhamos nossos tomates, mas nada igual ao tomate seco. O mundo globalizado colocou em nossa mesa a mesma comida dos pequenos vilarejos italianos. Mas não necessariamente diversificou nosso cardápio.

A ideia de que só a agricultura industrial poderia dar conta de alimentar o planeta todo é um dos grandes mitos da globalização. Seus defensores idolatram o avanço tecnológico da produção alimentícia em grande escala, que soube superar as limitações relacionadas às estações do ano, às localidades geográficas, aos riscos de pragas. O resultado? Você pode comprar sua rúcula em qualquer lugar, em qualquer época do ano. O problema? Ai de você se bater uma saudade das alfaces de antigamente. Daqui a pouco, elas não existirão mais.

A variedade conhecida no Brasil como “alface americana”, famosa pela sua absoluta falta de sabor na minha humilde opinião, foi responsável na última década por mais de 70% de toda a produção de alface nos Estados Unidos. No percurso, os americanos extinguiram uma centena de outras variedades, de amargas a doces, de roxaescuras a verde-claras. O mesmo acontece com as maçãs. Graças aos processos industriais, temos hoje acesso às maçãs vermelhas americanas o ano todo. Mas o preço foi alto. Não se encontram mais os milhares de variedades que existiam até o século passado. Apenas duas variedades são responsáveis por mais de 50% do mercado americano.

Quem levanta esses dados é Andrew Kimbrell, organizador do livro Fatal Harvest, que acusa a monocultura da agricultura industrial de ter reduzido a diversidade natural de praticamente toda produção agrícola em termos de tamanho, cor e sabor. De novo, resgatemos a memória dos trintões. Nós chegamos a conhecer o sabor verdadeiro dos morangos, pequenos e feios nas prateleiras. Hoje, o morango é igual em todo o lugar: tamanho acintoso, brilho ofuscante, sabor medíocre.

A limitação trazida pela agricultura industrial globalizada não é apenas ruim para nosso cardápio. Ela reduz as escolhas das futuras gerações. Recentemente o jornal The New York Times relatou a expedição do cientista Andrey Sabitov à uma remota ilha na Rússia. Um lugar inóspito e frio.

Depois de três dias de caminhada, ele atingiu o vulcão Atsonupuri, para encontrar o que foi buscar: o morango silvestre Fragaria iturupensis, uma variedade não domesticada, parte de um esforço internacional de proteção de sementes ligado às preocupações com as mudanças climáticas. O aquecimento global, as secas e o aumento da salinidade das águas devem extinguir muitas variedades agrícolas.

Uma operação importante, portanto, é salvar sementes de variedades com maior potencial de sobreviver às alterações climáticas. E adivinhe. Frequentemente, as variedades selvagens mostram muito mais adaptabilidade do que as domesticadas.

Colorido sem graça

O problema é que, no passo que estamos, as variedades simplesmente não existirão para contar a sua história. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que no último século perdemos 75% de toda a diversidade genética agrícola mundial. Segundo pesquisa da Rural Advancement Foundation International, em apenas 80 anos – entre 1903 e 1983 - os inventários de estoques de sementes diminuíram vertiginosamente. Perdemos 96% das variedades de milho, 95% das variedades de tomates e 98% da variedades de aspargos.

Por isso, a paisagem do supermercado é traiçoeira. Aquele colorido todo não representa, na prática, tanta diversidade. A indústria alimentícia aperfeiçoou-se em variações sobre os mesmos temas: milho, soja, trigo e arroz. Dois terços de todas as calorias ingeridas pelo homem vêm deles. É uma simplificação radical das potencialidades da alimentação. Mas a matemática serve ao mundo moderno. Temos hoje variedade apenas dos alimentos que atingiram em escala mundial eficiência na plantação, colheita, distribuição e embalagem. E é possível contar nas mãos as empresas detentoras das marcas.

O ciclo é vicioso. Grandes empresas atingem um nível de distribuição em escala mundial que atende as grandes redes de supermercado, que, por sua vez, facilitam o trabalho das compras dos restaurantes. Alimentos mais regionais, peculiares e menos eficientes, não chegam às prateleiras. Comprar de pequenos agricultores dá trabalho, custa mais caro e impõe riscos. Mas o consumidor agradece. Acredite. Pode chegar o dia em que você, assim como eu, não vai mais aguentar rúcula."

Daniela Gomes Pinto, Pesquisadora do Gvces e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela London Schoolof Economics and Political Science

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Como anda seu xixi?

Em águas drogadas


Peixes capturados em diversas cidades dos Estados Unidos apresentam uma alta concentração de ingredientes de produtos farmacêuticos e cosméticos. Por exemplo: pesquisa recente da Baylor University (uma universidade privada batista do estado do Texas) concluiu que os peixes encontrados a jusante da estação de tratamento de esgotos de Chicago continham altos índices de norfluoxetina (presente em anti-depressivos), seguido de quantidades um pouco mais modestas de carbamazepine (anti-convulsivo) e difenidramina (anti-histamínico). Também foi verificada a presença de medicamentos contra a osteoporose, anti-hipertensivos e anticoncepcionais.

Como essas substâncias chegaram ali? A resposta é fácil: escorreram por pias, ralos e privadas até a estação de tratamento, que elimina bactérias e degrada a matéria orgânica, mas passa ao largo de tais compostos. Em áreas densamente povoadas ou com rios pouco caudalosos, esses efluentes representam uma grande porcentagem do volume de água dos rios. Alguns estudiosos do assunto avaliam que o volume de substâncias farmacêuticas que contaminam o meio ambiente é comparável com a quantidade de agrotóxicos despejada na natureza.

Bryan Brooks, um dos coordenadores desse estudo na Baylor University, já havia observado o fenômeno em Denton, no Texas. Ali ele notou que a alta quantidade do hormônio estrogênio na água estava mudando os órgãos sexuais dos peixes, tornando-os mais femininos. Esse estrogênio vem, provavelmente, das excreções de mulheres que tomam a pílula anticoncepcional. Em outras partes dos Estados Unidos, o mesmo fenômeno foi observado em castores.

Segundo Brooks, a quantidade de contaminantes farmacêuticos é relativamente pequena, de modo que você teria que ingerir um volume muito grande de pescado para ser afetado. Entretanto, este tipo de contaminação pode comprometer a existência dos próprios peixes. E é importante lembrar que estes contaminantes se somam a outros que estão dispersos por aí (a esse respeito, leia meu post Adeus, Meninos, que levanta informação sobre o impacto de diferentes tipos de plástico sobre a masculinidade).

Qual seria o tamanho desse problema no Brasil? O brasileiro provavelmente consome muito menos cosméticos e medicamentos que os norte-americanos, por razões financeiras e culturais, mas também tem menos acesso ao tratamento de esgotos. Algum de vocês têm informações a respeito?

Regina Scharf

http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/em-aguas-drogadas/

sábado, 5 de junho de 2010

O Mistério da Ilha dos Lençóis-MA



Hoje é Dia do Meio Ambiente!

(Haverá um dia em que comemoraremos o ambiente todo, quando nos incluirmos nele...)

Este vídeo feito numa programação normal da Rede Globo, que nos revela que grande parte dos moradores é albina e sofre com o sol; o protetor solar é caro e não é distribuído para moradores. A ilha é cheia de mistérios e os moradores afirmam que a região é encantada.

É interessante observarmos como desconhecemos o que está a nossa volta. Não percebemos o que importa nem o que faz a diferença. Nossa percepção da realidade que nos cerca é muito limitada.

Quem tiver ouvidos para ouvir e olhos para ver perceberá a revelação que é feita, ainda que de forma despretenciosa...

Ave Gaia!


domingo, 30 de maio de 2010

Nas Voltas do Mundo e as Voltas que o Mundo Dá


A questão ambiental é um componente constante na mídia mundial. Ao menos era bastante intenso, até que houve o desastre do vazamento no Golfo do México.

As notícias sobre aquecimento global, efeito estufa, incêndios na Amazônia e outros mais, deixaram de ocupar as manchetes diárias dos jornais mais populares. Até os vulcões em erupção fora da Europa deixaram de ser notícia...

Nas áreas públicas (bem poucas, por sinal) volta a ser cogitada a questão de criação de fontes de energia alternativa (regularizando os lixões) para obtenção de ganhos ambientais; inclusive aqueles relativos a "sequestro de carbono".

Não temos, ainda, nenhuma ideia quanto a gravidade do grande desastre ocorrido nos EUA. Independente da necessária e rápida ação dos responsáveis é importante que haja uma mobilização de todos para encontrar formas de solução ao grave problema.

Além do exercício diplomático seria um trabalho colaborativo internacional (como já ocorreu na questão do genôma). Todos serão engrandecidos e sairão mais fortes. E o planeta agradece!

Está chegando a hora de ser revelada as fontes de energia limpa, já existentes e do conhecimento de uns poucos. Vamos dar um basta ao uso do Petróleo no mundo todo!

É um sinal para que o "pré-sal" restrinja-se apenas nas lides de campanha, sem sair do papel (como a maioria das obras listadas no PAC 1 e 2). Afinal, como já foi explicado, o "mundo é redondo e tudo o que acontece por lá, afeta a vida por aqui".

Já chega os vulcões que estão trazendo energia, calor e muita fuligem à superfície do planeta.

Ave, Gaia! Ave...

Antonio Carlos

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Fundo da Linha

Fiquei impressionado com a mensagem do Greenpeace sobre os danos que estão sendo causados no fundo dos oceanos.

Agora não é suficiente derrubar ou incendiar florestas tropicais, destruindo vidas e espécies que nunca mais serão vistas ou conhecidas. A insanidade por resultados financeiros tem levado a humanidade ao total descontrole de sua sanidade.

Estamos promovendo uma destruição de toda a vida - ao menos a que conhecemos - sobre a face da Terra. Ou será que destruindo a fonte natural, que se constitui na primeira e última na escala alimentar, poderá haver alguma esperança.



E os políticos dos vários países, ainda chamados de civilizados, estão preocupados apenas com a emissão de poluição causadora do efeito estufa. É como já tive a oportunidade de comentar com dirigentes de congressos sobre meio ambiente:
 - Todos estão preocupados com o que é distante. Problemas de nosso quintal devem ficar escondidos e nem precisam ser resolvidos. Dá mais sucesso falar (no caso do Brasil) sobre os Protocolos assinados (Kioto e outros) e dos "micos-leão dourado"; dos "boto-cor-de-rosa"; etc.

Não estamos, de fato, observando o que acontece ao nosso redor. As sociedades estão consumindo de forma insana. Quando vão aos super-mercados compram tudo o que puderem, sem nenhuma reflexão sobre o que é de fato necessário a elas ou suas famílias. Cada um vale apenas "pelo que pode consumir".

Consumo, logo existo. Essa parece ser a nova ordem mundial.

Fico imaginando, após assistir ao vídeo do Greenpeace, o destino do produto colhido do fundo dos oceanos. Em sua maioria deve tratar-se de seres que não são usualmente consumidos. Deve ser uma massa de uma (ainda) enorme quantidade de seres, estranhos e de todos os tamanhos, que após devidamente triturados irão servir para compor as rações a serem comercializadas ao consumo humano e animal...

Até onde poderá ir a nossa ignorância?

Realmente o Fundo da Linha poderá ser o Fim da Linha da Raça Humana e de outras espécies de vida em nosso Planeta.

Se concordar, divulgue. Se não concordar, reflita...


Antonio Carlos Pedroso de Siqueira

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A geografia da água

Esse artigo é de agosto/2009, mas cada dia mais atual!! É longo, mas sua leitura mostra bem o que está sendo preparado para um futuro muito próximo para Gaia. Infelizmente.

A divisão de águas sino-indianas

Os dois países entraram em uma era de escassez constante de água


    Brahma Chellaney
    14/08/2009

Os projetos e planos da China são um lembrete de que o Tibete está no centro da divisão entre os dois países

À medida que China e Índia ganham peso econômico, atraem cada vez mais atenção internacional, na esteira da transferência em andamento de poder de influência mundial para a Ásia. Suas rivalidades e dissonâncias estratégicas encobertas, no entanto, normalmente atraem menos olhares.

Enquanto seu poder cresce, a China parece determinada a conter os concorrentes asiáticos, uma tendência refletida no endurecimento de suas atitudes em relação à Índia. Inclui-se nisso o patrulhamento agressivo pelo Exército de Libertação Popular da contestada fronteira himalaia, diversas violações da linha de controle que separa os dois gigantes, um novo estilo mais arrojado em relação ao Estado de Arunachal Pradesh, no noroeste da Índia - que a China reivindica como seu - e ataques injuriosos contra a Índia na mídia chinesa de controle estatal.

As questões que dividem a Índia e a China, entretanto, vão além de disputas territoriais. A água vem tornando-se uma questão-chave de segurança nas relações sino-indianas e uma possível fonte de uma discórdia duradoura.

China e Índia já possuem economias enfrentando problemas de água. A disseminação da agricultura irrigada e das indústrias de uso intensivo de água, somada às demandas da crescente classe média, levou a uma disputa acirrada por mais água. De fato, os dois países entraram em uma era de escassez constante de água, que, em pouco tempo, deverá igualar-se aos problemas encontrados no Oriente Médio, em termos de disponibilidade per capita.

O forte crescimento econômico poderia desacelerar-se diante de uma escassez mais grave, caso a demanda por água continue a aumentar no atual ritmo frenético, tornando China e Índia - ambos exportadores de alimentos - grandes importadores, o que acentuaria a crise alimentar mundial.

Embora a Índia tenha mais terra cultivável que a China - 160,5 milhões de hectares em comparação a 137,1 milhões - a fonte da maioria dos rios indianos importantes é o Tibete. As vastas geleiras nos platôs tibetanos, imensos mananciais subterrâneos e a alta altitude fazem do Tibete o maior depósito de água doce no mundo, depois das calotas polares. Na verdade, todos os rios importantes da Ásia, com exceção do Ganges, originam-se no planalto tibetano. Mesmo os dois principais afluentes do Ganges vêm do Tibete.

A China agora busca levar adiante grandes projetos de transferência de água entre diferentes rios e bacias no platô tibetano, que ameaçam diminuir os fluxos de rios internacionais na Índia e outros Estados que compartilham os rios. Antes de tais projetos de hidroengenharia plantarem as sementes de conflitos sobre a água, a China precisa desenvolver com os Estados cujos rios estão em partes mais baixas acordos institucionalizados de cooperação sobre os rios e bacias.

Barragens, represas, canais e sistemas de irrigação rio acima poderiam servir para transformar a água em uma arma política que poderia ser brandida abertamente em uma guerra ou de forma sutil em tempos de paz para sinalizar descontentamento com um Estado que compartilhe rios. Mesmo a recusa de conceder dados hidrológicos em temporadas de importância crítica poderia caracterizar-se como uso da água como ferramenta política. As inundações repentinas nos últimos anos em dois Estados indianos fronteiriços - Himachal Pradesh e Arunachal Pradesh - serviram como duro lembrete da falta de compartilhamento de informações da China em relação a seus projetos rio acima. Tal influência poderia, por sua vez, levar um Estado rio abaixo a desenvolver sua capacidade militar para ajudar a contrabalançar essa desvantagem.

De fato, a China vem represando a maioria dos rios internacionais que saem do Tibete, cujo frágil ecossistema já está ameaçado pelo aquecimento climático mundial. Os únicos rios sem obras de hidroengenharia até agora são o Indo, cuja bacia ocupa principalmente a Índia e Paquistão, e o Salween, que flui para Mianmar e Tailândia. As autoridades locais na província de Yuannan, contudo, estudam represar o Salween rio acima, uma região propensa a terremotos.

O governo da Índia vem pressionando a China por transparência, maior compartilhamento de dados hidrológicos e o compromisso de não redirecionar o fluxo natural de qualquer rio nem reduzir o fluxo de água entre fronteiras. Mesmo o mecanismo conjunto de especialistas - criado em 2007 meramente para a "interação e cooperação" de dados hidrológicos - mostrou-se de pouco valor.

A ideia mais perigosa sendo contemplada pela China é o redirecionamento para o norte do rio Brahmaputra, conhecido como Yarlung Tsangpo pelos tibetanos, mas que a China renomeou de Yaluzangbu. É o rio mais alto do mundo e também um dos que tem correnteza mais rápida. O desvio das águas do Brahmaputra para o rio Amarelo, morto de sede, é uma ideia que a China não discute em público, porque o projeto implica na devastação ambiental das planícies do nordeste da Índia e leste de Bangladesh e, portanto, seria equivalente a uma declaração de guerra pela água contra a Índia e Bangladesh.

Apesar disso, um livro publicado em 2005 sob benção oficial, "Tibet's Waters Will Save China" (algo como, "As Águas do Tibete Salvarão a China", em inglês), defende abertamente o redirecionamento para o norte do Brahmaputra. O desejo chinês de desviar o Brahamaputra empregando "explosões nucleares pacíficas" para construir um túnel subterrâneo por meio dos Himalaias encontrou voz nas negociações internacionais em Genebra, em meados dos anos 90, no Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês). A China tentou, sem sucesso, eximir as explosões nucleares pacíficas do tratado, que ainda não foi colocado em vigor.

A questão não é se a China redirecionará o Brahmaputra, mas quando. Uma vez que as autoridades completem seus estudos de viabilidade e o plano de desvio for iniciado, o projeto será apresentado como fato consumado. A China já identificou a curva onde o Brahmaputra forma o cânion mais longo e profundo do mundo - logo antes de entrar na Índia - como ponto de desvio.

As ambições chinesas para canalizar as águas tibetanas para o norte são estimuladas por dois fatores: a conclusão da Hidrelétrica das Três Gargantas, que apesar das evidentes armadilhas ambientais do projeto, a China alardeia como maior feito da engenharia desde a construção da Grande Muralha; e o poder do presidente do país, Hu Jintao, cujo histórico funde dois elementos-chave - a água e o Tibete. Hu, hidrólogo de formação, deve sua rápida ascensão na hierarquia do Partido Comunista à repressão por meio de uma lei marcial brutal que promoveu no Tibete em 1989.

Os projetos e planos de hidroengenharia da China são um lembrete de que o Tibete está no centro da divisão entre Índia e China. O Tibete deixou de ser um amortecedor político quando a China anexou-o há quase 60 anos. O Tibete ainda pode ser uma ponte política entre China e Índia. Para que isso ocorra, a água precisa tornar-se uma fonte de cooperação, não de conflito.

Brahma Chellaney é professor de Estudos Estratégicos no Center for Policy Research, em Nova Déli. © Project Syndicate/Europe´s World, 2009. www.project-syndicate.org

http://www.valoronline.com.br/?impresso/opiniao/96/5762803/a-divisao-de-aguas-sinoindianas


domingo, 24 de janeiro de 2010

Egrégora e Inconsciente Coletivo



" Uma estranha maldição desceu sobre os escravos libertados de Hispaniola. O inconsciente deste povo está cheio de pesadelos; ele vive no mundo de Hironymus Bosh."

Graham Greene "Os Farsantes" 1967, livro citado por Almir Labaki, fundador do É tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários, no Caderno Fim de Semana - Jornal Valor Econômico.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Entre a Utopia e o Caos


Bairros inteiros são tomados pela água que vem de córregos
e mesmo dos rios Tietê ou Pinheiro
(Valor Econômico 22/01/10 - danilo verpa/folha imagem
                Viver na maior cidade da América do Sul é o sonho de muitos. A administração e a acomodação de uma população tão grande é algo totalmente utópico.
                Claro que cada uma dessas casas tem, a cada ano, o lançamento de imposto, cobrado pela Prefeitura e que cresceu em S. Paulo 45% em média, é bem possível que as plantas registradas na Prefeitura não tenham os “puxadinhos” que são feitos para acomodar cada vez mais gente.
                Quem é responsável por esse desordenamento? A autoridade? O morador que tem de trabalhar, permanecendo a maior parte do tempo fora de casa e precisa acreditar que é possível vencer nesta cidade?
                Uma cidade para ser administrável deveria crescer até o ponto em que houvesse uma escala humana possível de conviver e viver. Com sistema de abastecimento de água, rede de esgoto, coleta regular de lixo (e separação do reciclável), lixeiras distribuídas pelas ruas, passeio e estacionamento com sistemas de drenagem da água de chuva, aproveitamento da água de chuva para lavagem de calçadas e uso nos banheiros, população educada e consciente, etc. Isso é Utopia.

Estacionamento com permeabilidade.



       Cestos de coleta de lixo nas ruas e praças.

Infelizmente a realidade da maioria (se não a quase totalidade) das cidades brasileiras é bem diferente. Falta de planejamento urbano; baixíssimo índice de tratamento de esgoto; lixo não coletado (em S. Paulo produz 15 mil toneladas diárias de lixo e só 5% são coletados para reciclagem); o abastecimento de água potável é cada vez mais limitado; baixa (para não dizer nenhuma) educação ambiental; antagonismo entre governantes e a população. Ou seja: isso é o Caos.
 Nessa realidade e com a quantidade de pessoas morando mal, cuidando mal do lugar em que vivem; e que deixam enorme quantidade de lixo pelas ruas, que entopem as bocas de lobo, é perfeitamente previsível o acontecimento de desastres em cada estação chuvosa.

Uma boca de lobo totalmente entulhada de lixo de muito tempo.
Não cumpre nenhuma função para escoamento da água das chuvas.

Em março/10 haverá – no Rio de Janeiro – o Fórum Mundial de Cidades, organizado pela ONU, que debaterá s soluções viáveis para as cidades. A matéria sobre esse assunto está no Jornal Valor Econômico.
As soluções possíveis, entretanto, devem começar pela Educação, Formação Ecológica e premiação (com redução de impostos, por exemplo), para as construções que tiverem: (i) aproveitamento da água de chuva; (ii) separação de lixo orgânico do reciclável; (iii) uso de calçadas ecológicas, que permitem a absorção de água da chuva.
Soluções mágicas, que envolvem programas de vultosos financiamentos somente continuaram a beneficiar a poucos, sem resolver o caos das cidades.

Aquecimento Global: Onde está a verdade?



Tem coisa que é melhor conhecer os 2 lados da moeda.

Particularmente, não tenho nenhuma opinião formada ainda.

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"Não existe aquecimento global",
diz representante da OMM na América do Sul

Por Carlos Madeiro Especial para o UOL Ciência e Saúde

11/12/2009

Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.

Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU.

O metereologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?

Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.

UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?

Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.

UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?

Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.

UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.

Molion: Depende de como se mede.

UOL: Mede-se errado hoje?

Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.

UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?

Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.

UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?

Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.

UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?

Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.

UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?

Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.

UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?

Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.

UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?

Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.

UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?

Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.

UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?

Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.

UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?

Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.

UOL: Mas o mar não está avançando?

Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.

UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de Kyoto?

Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.

UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?

Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.

UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?

Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

Vejam também a discussão do tema no Canal Livre da Band em 6 partes:
http://www.band.com.br/canallivre/videos.asp

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Civilização Desconhecida encontrada na Amazônia


Essa notícia não traz nenhuma novidade. Mas é sempre bom saber que o Google Earth está monitorando e trazendo à tona informações ancestrais que estão disponíveis por todo o planeta.


http://info.abril.com.br:80/noticias/ciencia/civilizacao-desconhecida-achada-na-amazonia-08012010-12.shl

domingo, 17 de janeiro de 2010

La Belle Verte



Este é o primeiro de 12 pequenos filmes que formam o conjunto da obra "La Belle Verte". Trata-se de um filme francês com um humor leve e agradável.

Trata da questão ambiental de forma direta e simples.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Pandora ou Gaia?


Além do excesso de chuva, esse é o verão do Avatar!

A história do filme narra a ocupação predatória dos humanos no planeta Pandora, onde vive uma civilização de humanóides, os Nai'vi.


É claro que um filme de 2:30 horas não pode ser levianamente resumido em apenas uma linha.
O delírio lisérgico de James Cameron merece um pouco mais de respeito.

Todos os elementos de uma boa narrativa estão presentes: O mocinho, o bandido, a superação, o amor e o bem, o justo e o equilíbrio vencendo o mal, em sua eterna luta.

Avatar, assim como O Senhor dos Anéis, Matrix, O Labirinto do Fauno e porque não as sagas de Star Wars e Harry Porter, nos permite mergulhar no universo simbólico, de onde nunca saímos, é verdade, mas teimamos e nos enganar que sim.

O mal hoje é pragmático e high teck. Tem ação na Nyse, stakeholders e balanço trimestral. Precisa apresentar resultados imediatos e lucro estratosférico.

O bem é idealista, suave, meigo, agregador e sustentável.

Uma dicotomia insustentável.

Por que não uma síntese? Afinal é assim que somos, nem totalmente bons nem inteiramente maus. Mas uma mescla saudável.
Será que há alguma diferença (ou semelhança) entre Pandora e Gaia?
Sinto que há uma simplicidade/complexidade elegante e bela entre elas.

Alguém pode dizer? "Mas Pandora é só uma ficção e a Terra existe mesmo, eu estou pisando sobre ela".

Sim, a Terra existe e é palpável, mas Gaia era para os gregos o espírito da Terra.

Assim como em Pandora a Terra antes da Revolução Industrial era bem mais orgânica e havia uma certa magia no ar. Deuses e semi-deuses conviviam e os mitos eram contados ao redor da fogueira. Céu e terra eram a morada dos deuses. Assim em cima como embaixo.
Hoje somos obrigados a conviver com uma Terra desencantada e o encantamento ficou apenas no nosso imaginário.
Avatar mostra que é possível observar a unidade entre todos os seres vivos, vegetais e animais e desfrutar dessa beleza.


Jabor fez um comentário muito interessante sobre o filme no podcast da CBN. Ouça aqui.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Olho em volta e vejo apocalipses*

Tenho alma de saci. Gosto do cheiro da terra molhada e do café recém coado. Também gosto de cismar e de perambular descalça enquanto organizo o alfabeto da minha alma. Às vezes ouço Carmina Burana e choro.


Nessas andanças, olho o
rio que corta minha cidade e vejo que ele pede socorro. Vejo uma natureza doente, gerando desequilíbrio, mortes e desastres "naturais" - aquecimento, furacões, terremotos, enchentes e desertificação.


Mas o ambiente que percebo adoecido não é apenas o natural. Há muitos outros.


Uma sociedade doente e desigual, que banaliza a violência e atira suas crianças nos córregos ou pelas janelas, escraviza seus animais, atropela e mata de fome ou de obesidade mórbida.


Uma economia doente com seu consumismo desenfreado, inflação e miséria – um mundo em que menos de 20% das pessoas detém 80% da riqueza.


Uma escola doente com baixo aprendizado, evasão, desvalorização da autoridade do professor e "bullying".


Uma família doente com pais ausentes que terceirizam o afeto e a atenção, para a escola, a babá ou a TV.


Uma empresa doente que gera concorrência desleal, assédio moral, boicotes e lucro pelo lucro.


Uma política doente em sua busca insana de poder, corrupção e total falta de ética.


Uma cultura doente com guerras, alienação, terrorismo, inversão de valores, solidão e desejos descartáveis.


O indivíduo doente refletindo seu desequilíbrio ao seu redor e a natureza e cultura devolvem essa desarmonia como numa sala de espelhos sinistra.


Estamos olhando apenas nosso reflexo no espelho. Sendo assim, o rio da minha cidade é apenas o reflexo do sangue intoxicado de alimentos artificiais, agrotóxicos e conservantes que correm pelas veias e artérias dos seus habitantes. Na falta de árvores de suas matas ciliares há os sacos de lixos em suas margens e toda a feiúra do que um dia foi pura vida.


Profanamos a natureza e ela se transformou num inferno que nos aprisiona, mas mesmo assim ainda continua sagrada.


Embora a destruição tenha se profissionalizado, nossa reação continua sendo amadora, mas isso não me tira a esperança que ainda temos tempo de caminhar para uma biosociedade e uma ecopolítica.


Ecologia não diz respeito apenas ao ambiente, é também social e pessoal. É filosofia, espiritualidade, ética e respeito. É uma consciência, uma nova percepção.


Uma omissão seria letal. Pensar fora da gaiola é fundamental.


No meio desse descompasso nada mais nos resta do que ter atitudes conscientes e trabalhar por um meio ambiente mais inteiro.


A cantata de Carl Orff segue ecoando em minha alma e me servindo de inspiração, com seu conceito medieval e orgânico dos eternos ciclos de mudança na natureza e em nossas vidas.

Penso que ela sugere uma busca de equilíbrio do cosmo, onde o bem certamente não exista sem o mal, mas justamente aí é que está sua grandeza; sem o profano o sagrado não se manifesta e à destruição segue-se um ciclo de reconstrução. É nessa oscilação que se encontra nossa beleza e nosso destino de continuar acreditando que a Roda da Fortuna logo, logo vai girar e trazer novamente a pureza do ambiente.


Precisamos criar boas histórias para contar aos herdeiros da Terra.


Não escrevemos nosso passado, mas nossas atitudes de hoje podem construir as memórias de um futuro mais sustentável e saudável para todos os seres vivos.


* Texto premiado no concurso literário de crônicas Astra cujo tema era "Quando o meio ambiente fala, o que você ouve?


Maristela Moura

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